A SOMBRA DE LARA CROFT | CONHEÇA A DOPPELGANGER!

REPRODUÇÃO: STELLA579

Dentro da vasta mitologia de Tomb Raider, poucos elementos são tão intrigantes quanto o conceito da “Doppelganger” de Lara Croft. Apresentada pela primeira vez no clássico Tomb Raider e depois em “Anniversary”, essa sombria réplica da protagonista rapidamente se tornou um ícone dentro da franquia, representando uma ameaça que é ao mesmo tempo assustadoramente familiar e misteriosamente desconhecida. 

Mas qual é a verdadeira origem dessa doppelganger? E como ela evoluiu ao longo dos jogos para se tornar uma das vilãs mais memoráveis da série? Vamos explorar a origem e o impacto dessa “Sombra da Lara” dentro da franquia.

REPRODUÇÃO: TOMB RAIDER WIKI

Origem e Primeiras Aparições

O termo “doppelgänger” tem origem na língua alemã, sendo uma junção das palavras “doppel”, que significa “duplo”, e “gänger”, que significa “aquele que anda” ou “caminhante”. Literalmente, “doppelgänger” pode ser traduzido como “duplo caminhante” ou “duplicata ambulante”. O conceito se refere a um sósia ou cópia fantasmagórica de uma pessoa viva.

A palavra foi popularizada pelo escritor alemão “Jean Paul” em seu romance Siebenkäs de 1796, onde ele descreve uma figura que representa o duplo espiritual ou sombra de alguém. No folclore e mitologia, o doppelgänger é muitas vezes considerado um presságio de mau agouro, com a crença de que ver o seu próprio doppelgänger pode ser um sinal de morte iminente.

Embora o termo tenha raízes no folclore alemão, a ideia de duplos ou “sombras” também aparece em várias culturas ao redor do mundo, sempre carregando um simbolismo associado à identidade e à mortalidade.

Nas lendas nórdicas e germânicas, o doppelgänger é uma figura sombria, associada à morte e ao infortúnio. A visão de seu próprio doppelgänger era considerada um presságio de morte iminente. Quando familiares ou amigos viam o doppelgänger de alguém, isso também poderia simbolizar um mau presságio ou até mesmo uma doença futura. Um exemplo dessa crença vem do dramaturgo sueco August Strindberg, que disse: “Quem vê seu duplo vai morrer”, refletindo o medo profundo que essa figura evocava.

Mario Praz, em suas análises culturais, conecta o doppelgänger a outros temas do folclore, como o lobisomem e a lâmia — uma criatura demoníaca disfarçada de mulher bonita. Claude Lecouteux, em seu livro sobre o duplo na Idade Média, expande essa análise ao explorar associações com fadas, bruxas e outras criaturas sobrenaturais. Esses seres refletem as preocupações culturais sobre identidade, alma e mortalidade que passavam ao longo das tradições medievais europeias.

REPRODUÇÃO: TOMB RAIDER WIKI

Essa figura aparece frequentemente como um espelho distorcido de si mesmo, simbolizando tanto o perigo quanto a perda de controle sobre o próprio destino.

Izaak Walton relatou que o poeta inglês John Donne viu o doppelgänger de sua esposa em Paris em 1617, na mesma noite em que sua filha natimorta nasceu.

O dramaturgo alemão Goethe também descreveu, em sua autobiografia Dichtung und Wahrheit, um encontro com seu duplo a cavalo. Com o surgimento das mídias sociais, vários casos modernos de “gêmeos desconhecidos” têm sido reportados, onde usuários encontram pessoas com aparência semelhante a eles mesmos. Sites especializados em reconhecimento facial ajudam a identificar esses doppelgängers vivos, revelando a existência de muitas coincidências impressionantes.

Em “Tomb Raider”, a Doppelgänger de Lara Croft aparece pela primeira vez em “Tomb Raider: Anniversary” (2007), um remake do jogo original de 1996. 

Tomb Raider: Anniversary

Em “Tomb Raider: Anniversary”, Lara enfrenta sua Doppelgänger nas profundezas da Atlântida. Essa cópia foi criada pela vilã Jacqueline Natla, uma atlante antiga e uma das vilãs mais icônicas da série. A Doppelgänger não apenas imita os movimentos da Lara, mas também possui as mesmas habilidades atléticas e de combate, tornando-se uma oponente formidável.

Tomb Raider: Underworld

A Doppelgänger retorna em “Tomb Raider: Underworld” (2008). Neste jogo, ela é uma figura ainda mais central na trama, sendo criada por Natla novamente para atrapalhar a Lara. Esta versão da Doppelgänger é mais sombria e mortal, com uma aparência e comportamento frios e calculistas. Ela possui habilidades de combate aprimoradas e é usada por Natla para tentar matar Lara.

Ao longo do jogo, a Doppelgänger é uma inimiga persistente que desafia Lara em várias ocasiões. No final, Lara consegue tomar controle dela através de um dispositivo deixado por seu pai, Richard Croft. Isso permite que Lara use a Doppelgänger para seus próprios fins, incluindo destruir Natla.

Tomb Raider: Underworld – Lara’s Shadow

O DLC “Lara’s Shadow” para “Tomb Raider: Underworld” oferece uma visão mais profunda sobre a Doppelgänger. Neste conteúdo adicional, os jogadores assumem o controle dela, explorando sua criação e motivações. A história revela que a Doppelgänger possui pensamentos e sentimentos próprios, embora esteja programada para obedecer Natla.

O DLC termina com ela finalmente se libertando do controle de Natla e ganhando uma espécie de redenção ao ajudar a deter Natla.

Significado e Impacto

A Doppelgänger de Lara Croft é mais do que uma simples inimiga. Representa um lado sombrio de Lara, uma figura que reflete suas habilidades e potencial, mas sem a moralidade e humanidade que definem Lara. A existência dela levanta questões sobre identidade, controle e a luta interna que todos enfrentamos.

Ao longo dos jogos, a Doppelgänger evoluiu de uma mera oponente para um personagem complexo com sua própria história de redenção. Isso adiciona profundidade à narrativa de “Tomb Raider”, mostrando que até mesmo uma criação artificial pode buscar sua própria identidade e propósito.

REPRODUÇÃO: LARA CROFT – FANDOM

Ela é uma das figuras mais intrigantes e persistentes no universo de “Tomb Raider”. Sua evolução de um simples clone maligno para um personagem com sua própria história e arco narrativo reflete a complexidade e riqueza da série. O confronto de Lara com sua Doppelgänger não é apenas uma batalha física, mas também uma exploração de seus próprios demônios internos.

REPRODUÇÃO: UNIVERSO CROFT (PEDRO-CROFT)

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